Se o Whatsapp não cooperar com as investigações a respeito do caso do PCC, o aplicativo voltará a ser bloqueado no país.
Desde 2011, o estado parece cada vez mais preocupado em interferir no chamado ''mundo virtual'', como no caso da polêmica lei SOPA. Hoje, o que vemos são órgãos estatais tentando bloquear aplicativos ou quebrar a segurança de smartphones graças a casos criminais nos quais as empresas se recusaram a cooperar com os órgãos. Um exemplo é o caso do Whatsapp, que foi bloqueado no ano passado no Brasil pelo fato da empresa não ter cooperado com as investigações sobre um caso que envolve o PCC.
Agora, a situação pode voltar a acontecer, segundo o próprio delegado que ordenou o bloqueio do Whatsapp por 48h no Brasil no ano passado, Fabiano Barbeiro, que em entrevista a Rádio Câmara, disse que se o Whatsapp não cooperar com as investigações a respeito do caso do PCC, o aplicativo voltará a ser bloqueado no país.
O caso vem se arrastando desde Julho passado, para poder quebrar o sigilo do aplicativo e ter acesso a mensagens que envolvam o caso do PCC. O Whatsapp não está disposto a quebrar um código que é criptografado segundo a empresa, o que acaba por tornar impossível a quebra desses dados por parte da empresa para o Ministério Público.
Por outro lado, segundo o delegado Barbeiro, o que realmente interfere na questão são interesses comerciais da empresa no Brasil e que os representantes do aplicativo no Brasil, poderão acabar indo presos como aconteceu recentemente com o vice-presidente do Facebook na América Latina. Além disso, ele não acredita na versão do Whatsapp sobre a criptografia, já que segundo ele, o fato do usuário receber uma mensagem e a mesma ficar guardada para ser lida posteriormente, mostra que o aplicativo mensageiro possui algum dispositivo para armazenamento dessas informações em rede.
O vice-presidente do Facebook na América Latina acabou sendo preso por um motivo semelhante e a rede social também pode acabar saindo do ar pelo mesmo motivo. Vale lembrar que o Facebook é o dono do Whatsapp.
O caso não envolve apenas o Brasil. Nos EUA, a Apple é quem sofre com os pedidos do FBI para também colaborar nas investigações, pedindo para a empresa hackear seu próprio dispositivo móvel, o iPhone.
Por João Trajano